Recorte de uma matéria sobre o Stryper na revista SPIN, de 2001, falando sobre o show de retorno da banda que aconteceu durante a StryperExpo.
Veja abaixo a tradução da matéria e também a versão em alta resolução no idioma original.
ABELHAS ASSASSINAS Banda Cristã de Hair Metal Stryper se Reúne—Por Apenas Uma Noite!
“Fui salva em um show do Stryper”, diz Anna Romero, de 32 anos. O ano era 1984. A cena do hair-metal da Sunset Strip estava fervendo com uma majestade roqueira pseudo-satânica, e Anna era uma adolescente com cabelão, uma “garota-propaganda do pecado!” Tudo mudou quando ela e sua irmã Joelle viram uma banda de astros do spray de cabelo vestidos como abelhas tocando em uma igreja local — e orando com o público após o show. “Deus sabia que essa era a única maneira de eu vê-Lo,” ela diz.
Hoje, as irmãs estão na fila de autógrafos na segunda Expo Anual do Stryper, segurando pacotes de LPs surrados e vestindo várias camisetas do Stryper cobertas de glitter antigo. A expo (realizada em maio na Azusa Pacific University, uma escola cristã liberal na Califórnia) é um Grande Evento para a diáspora Stryper de longa data. O grupo de rebeldes maltratados em preto e amarelo da fé são os roqueiros santos que ainda não conseguem encontrar seu lugar.
“Em certo ponto, os cristãos não os queriam, e os fãs de heavy metal também não,” diz Daryn Hinton, empresária do Stryper, que, segundo a banda, os tirou do deserto. “Quando lançaram To Hell with the Devil, isso foi corajoso. Eles desafiaram sua fé. Lembro-me quando chatos nascidos de novo, como Jimmy Swaggart, os chamavam de blasfemos. O quinto álbum, ousado e secular, de 1990, Against the Law, foi uma reação—e trouxe um comportamento ousado e secular para combinar. “Nós tocávamos em um bar e depois íamos para o bar depois,” diz o vocalista Michael Sweet.
A tensão entre Michael e seu irmão, o baterista Robert Sweet, não ajudou. Em 1992, o Stryper se separou. Tudo isso, e eles nunca tiveram seu próprio Behind the Music. Michael, o mais sagaz dos Stryperianos, está bem ciente do valor kitsch da banda, mas ri disso. “Já li tudo sobre o Stryper,” ele diz. “São apenas palavras. Está tudo bem.”
Os fãs presentes na expo não estavam nem aí para o kitsch: Suas vidas foram transformadas pelo Stryper—e não apenas no sentido religioso. “Meu filho Neil, de 14 anos, está tendo aulas de guitarra, e o Stryper está inspirando-o,” diz Bernie Arrajal, 39 anos, um louco que trouxe sua família de cinco pessoas. “Muitas bandas novas não fazem o trabalho de guitarra que as velhas bandas de metal faziam.” Ele está certo. As bandas de God-core mais jovens do evento (como Oil) não têm uma melodia para dividir entre si. (E ao lado da diversão roqueira do Stryper, bandas sérias como Creed parecem ainda mais sem graça. O Stryper tinha uma limusine listrada de preto e amarelo quando o Creed ainda tocava em bares de beira de estrada, viu.)
Durante o dia, velhos amigos se reencontraram no saguão, lembrando espontaneamente dos bons tempos. Michael Kirkpatrick, 33, um professor de escola dominical de boa aparência, diz que bebia muito quando conheceu o Stryper aos 10 anos. “Tenho medo de que, se você tirar a música de mim, eu veja que você pode ser um metaleiro e adorar a Deus.” Às 23h, os fãs do Stryper reagiram com tudo em Azusa. Eles subiram ao palco após seu set programado ter sido adiantado. (Michael teve que sair correndo do palco para buscar as letras, eu ouvi.)
Mas a expo, supostamente, não é um precursor de um retorno. “Vou voltar ao trabalho na segunda-feira,” diz o guitarrista Oz Fox, que agora administra uma loja de roupas vintage. Ainda assim, a Strypermania está de volta.
Para fãs como Anna Romero, no entanto, o Stryper é eterno. “A mensagem do Stryper era: ‘Seja quem você é. Deixe Deus brilhar através de você.’” Ela sorri e então solta uma risada rápida. “E então eles tinham aquele slogan, ‘Converta-se ou queime!’—Eu amava isso!”